No Largo de S. Domingos, entre as Escadinhas da Barroca e a Calçada do Garcia, ao lado do Palácio da Independência, encontra-se o Palácio da Regaleira, antiga casa senhorial de arquitectura sóbria com características setecentistas.

A sua fachada apresenta oito portas no piso térreo, igual número de janelas e varandins em cada um dos andares e pilastras laterais.

Entre as portas centrais, na fachada principal, é possível observar uma interessante pedra de armas com o brasão da família Allen. Estima-se que a primeira dona do Palácio da Regaleira, desde que há memória, terá sido Ermelinda Allen Monteiro d’Almeida, 1ª baronesa e viscondessa da Regaleira, ou que tenha sido herdado directamente dos seus pais.

Não se encontram dados precisos sobre a autoria e data de construção do edifício. No entanto, vários elementos indicam poder tratar-se de edificação anterior ao Terramoto de 1755 e que só por volta dos anos de 1835 a 1842 terá conhecido significativos trabalhos de remodelação que lhe conferiram a traça actual.

Depois de mais de um século como propriedade dos barões da Regaleira, bem como de outras entidades, a Ordem dos Advogados instalou-se neste edifício em 1933.

A 24 de Maio de 1939 foi, de forma oficial, inaugurada no Palácio da Regaleira a sede da Ordem dos Advogados, em cerimónia presidida pelo chefe de Estado, General Carmona. Nesta altura o edifício também era utilizado pela Companhia Portugueza de Tabacos.

Actualmente o Palácio da Regaleira é propriedade da Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores, que também utiliza parte do edifício.

Salão Nobre

A ampla e bela sala do Salão Nobre situa-se no segundo andar do edifício, em comunhão com as instalações da Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores.

Neste espaço merece destaque a extensa galeria de pinturas representando os Bastonários da Ordem dos Advogados, assim como os formosos frescos e lavores artísticos do tecto.

O Nobre do Palácio da Regaleira encontra-se, naturalmente, associado à história do edifício e dos seus proprietários.

Aqui se realizaram, no tempo dos Barões da Regaleira, no século XIX, sumptuosos bailes e recepções, eventos esses que, pela sua imponência, ficaram famosos. No início do século XX estiveram aqui instalados o Teatro Eléctrico Mágico, o Cinema Rocio Palace, um hotel e, mais tarde, a Casa das Beiras.

Após a aquisição do edifício pela Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores, em Janeiro de 1960, este espaço passou a ser utilizado como Salão Nobre da Ordem dos Advogados, onde se realizam as cerimónias de maior relevância e solenidade na vida da instituição.

Na antiga sala do Conselho encontra-se o espólio do Bastonário Adelino da Palma Carlos, doado à Ordem dos Advogados pelos seus filhos.

É constituído pelo fundo bibliográfico que agrupa a generalidade das obras de sua pertença, bem como por objectos pessoais. Entre estes, são de salientar gravuras, retratos, togas e barretes, o diploma de curso, a cédula profissional e diversas medalhas e condecorações.

A Biblioteca da Ordem dos Advogados foi inaugurada em 1 de Março de 1932, passando a ter as suas portas abertas aos Advogados e aos Magistrados.

O seu acervo documental inicial compreendia cerca de 5000 volumes, que lhe foram doados, em 1929, pela Associação dos Advogados de Lisboa.

Actualmente possui cerca de 39.000 títulos de monografias e 1075 títulos de revistas nacionais e estrangeiras, 160 das quais no activo. Parte deste fundo encontra-se em acesso livre e outra parte em acesso reservado. A Biblioteca dispõe ainda de uma sala de leitura.